Apresentação individual a partir de uma paisagem
O CROMELEQUE DOS ALMENDRES
Cromeleque dos Almendres, Nossa Senhora de Guadalupe, Évora Fonte: https://nationalgeographic.pt/historia/grandes-reportagens/1387-reviver-o-passado-no-cromeleque-dos-almendres |
A minha escolha, sem grandes
hesitações, foi a de uma paisagem de grande representatividade da minha região,
pelo seu valor cultural, turístico e patrimonial, e porque da mesma guardo boas
memórias. Revisitar essa paisagem motivada pela proposta do Professor Sérgio
Claudino para a minha apresentação individual, não só me fez recordar vivências
felizes, como me fez relembrar que Évora é uma região rica de testemunhos da
presença humana ao longo dos tempos, testemunhos da apropriação do espaço por
diferentes grupos humanos e que aqui deixaram de modo original a sua forma de
produzirem e organizarem o seu espaço de vida.
O cromeleque dos Almendres, monumento
megalítico construído por várias fases desde finais do VI milénio até ao III
milénio a.C. e composto por mais de cem monólitos, é o maior conjunto de menires
estruturado da Península Ibérica e um dos mais importantes monumentos deste género
na Europa. Alguns académicos sustentam a teoria de que o movimento de construção
de monumentos megalíticos surgiu ali naquela encosta suave voltada a nascente,
na Serra de Monfurado, cerca de 2000 anos antes de Stonehenge e numa altura da história
da humanidade de passagem de sociedades de caçadores-recolectores para as
sociedades de pastores e agricultores.
Ensinar Geografia
através de imagens
As paisagens, entendidas como as
formas visíveis da superfície terrestre, constituem-se como um dos conceitos
centrais da Geografia. A descrição e interpretação das paisagens, e a compreensão
do modo como são construídas e de como resultam da interação entre os homens/grupos
humanos e o ambiente, é uma das tarefas da Geografia. Só através desta compreensão
profunda é possível que a valorização e preservação das paisagens, vistas como património
cultural e de identidade, seja efetiva.
A Educação Geográfica, tal como é
referido na Carta Internacional da Educação Geográfica (União Geográfica Internacional,
2016, p. 3), “é indispensável para o desenvolvimento de cidadãos responsáveis e
ativos no mundo contemporâneo e no futuro”, mas isto só será possível com base
numa compreensão e apropriação de conceitos que sustentem decisões quotidianas responsáveis
e sustentáveis.
No ensino da Geografia a imagem é um
recurso didático importante não fosse a observação um dos principais atributos
dos geógrafos, tão bem ilustrado pelo famoso “Olho da Geografia” que o
Professor Orlando Ribeiro fazia questão de manter junto do quadro da sua sala
de aula. Ensinar a ler o mundo que nos rodeia é, assim, uma das principais tarefas
dos professores de Geografia que, em vista à sua concretização, devem saber despertar
nos alunos o gosto e o treino da observação e da descrição da diversidade do
espaço e fenómenos geográficos e das paisagens que os rodeiam, afinal a sua
interação e diferenciação.
A imagem pode ser facilitadora do
processo de ensino e de aprendizagem, construtora de conceitos e de
competências percetivas e cognitivas e como um recurso que o professor pode
usar com o intuito de envolver o aluno com o mundo que o rodeia. Podem ser
enumeradas várias funções da imagem e em contexto de sala de aula utilizadas
com três objetivos: introdução a um tema (elemento motivador, que desperta o
interesse dos alunos), como fundamento da aula (o veículo através do qual se
transmitem os conteúdos) ou como forma de consolidação dos conhecimentos
adquiridos anteriormente (Conceição, 2021).
Porém, para que o uso da
imagem atinja os objetivos o professor deve ter em atenção a sua autenticidade
e veracidade, adequação científica e se está ajustada à idade dos alunos. Mas,
sobretudo, quais os objetivos a atingir com o seu uso, ou melhor dito, se este
recurso está adequado à estratégia de ensino planeada segundo os objetivos
curriculares da disciplina e, ainda mais, das expectativas e necessidades dos
alunos.
![]() |
Cromeleque dos Almendres, freguesia de Guadalupe, concelho de Évora (Foto da aluna) |
Bibliografia
Comentários
Enviar um comentário